Período: Agosto de 1989 - Março de 1990
Autor: Aguinaldo Silva
Capítulos: 196
Novela das Oito (20h)Próxima: Rainha da Sucata
Ambientada na fictícia cidade de Santana do Agreste, no Nordeste brasileiro, a novela – uma adaptação do romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado – tem início quando Tieta (Claudia Ohana) é escorraçada da cidade pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), irritado com o comportamento liberal da jovem e influenciado pelas intrigas de sua outra filha, Perpétua (Adriana Canabrava). Humilhada e abandonada pela família, ela segue para São Paulo, fugindo do conservadorismo de sua terra natal.
Vinte e cinco anos depois, Tieta (Betty Faria) reaparece em Santana do Agreste, rica, exuberante e decidida a se vingar das pessoas que a maltrataram. No dia de sua chegada, está sendo rezada uma missa em sua memória. Ela interrompe a celebração, chamando a atenção de todos na igreja e desfazendo o mal-entendido. A ousada Tieta diz que veio para ficar e acaba mudando a rotina de todos os moradores da pequena cidade.
Os que a condenaram na juventude passam a cortejá-la, movidos pela sua fortuna ou atraídos por sua exuberância. Para chocar a família, ela se envolve com o sobrinho, o jovem seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho de sua rancorosa irmã Perpétua (agora Joana Fomm).
Os habitantes ainda se veem às voltas com a instalação de uma fábrica de dióxido de titânio na cidade, que, se por um lado trará desenvolvimento, por outro causará um forte impacto ambiental na região. Santana do Agreste, próxima de Aracaju e Salvador, estava parada no tempo até que Ascânio Trindade (Reginaldo Faria), que se mudara de lá quando jovem, volta com o objetivo de trazer o progresso e a civilização ao local. Ele se torna secretário da Prefeitura e, junto com Tieta, promove a modernização da cidade.
Tieta apresenta a história de personagens femininas marcantes, como Imaculada (Luciana Braga), uma das “rolinhas” do prefeito Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), que dá abrigo, alfabetização e comida a meninas, em troca de favores sexuais; Carol (Luiza Tomé), a “teúda e manteúda” amante do coronel Modesto Pires (Armando Bógus), que a tiraniza; a doce e ainda virgem Carmosina (Arlete Salles) que, já adulta, descobre o amor e o sexo; Tonha (Yoná Magalhães), a sofrida mulher de Zé Esteves, pai de Tieta (Betty Faria), que, com sacrifício, consegue se libertar da perversidade do marido; e Elisa (Tássia Camargo), que, em crise com o marido, Timóteo (Paulo Betti), tem sonhos românticos com o ator Tarcísio Meira, chegando a preparar um enxoval para um possível encontro com o ídolo. Já a personagem Dona Milu (Míriam Pires), mãe de Carmosina, fez sucesso com seu bordão: “Mistério!”
Entre os personagens masculinos da novela, destacam-se os Cavaleiros do Apocalipse, como são conhecidos os inseparáveis amigos Timóteo (galã que se sente frustrado por não ser mais solteiro); Amintas (Roberto Bonfim), dono de uma casa de materiais de construção; Osnar (José Mayer), ex-amante de Tieta (Betty Faria) e o mais conquistador do grupo; e Ascânio (Reginaldo Faria), que traz o charme de quem morou na capital. O grupo sempre se reúne no bar do seu Chalita (Renato Consorte).
A atuação de Joana Fomm fez da traiçoeira beata Perpétua uma das personagens preferidas do público. Extremamente conservadora e sempre de luto, ela guardava no armário uma misteriosa caixa branca cujo conteúdo só foi revelado no final da trama: o órgão genital de seu falecido marido. Perpétua rendeu muitas cenas de humor à novela.
Um dos principais assuntos da população de Santana do Agreste era a identidade da “mulher de branco”, assombração que atacava os homens da região. O mistério criou suspense entre os telespectadores e só foi revelado no final da trama. A mulher era Laura, personagem de Cláudia Alencar.
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