Vale Tudo

 

Período: Maio de 1988 - Janeiro de 1989

Autor: Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères

Capítulos: 204

Novela das Oito (20h)





Corrupção e falta de ética foram enfocadas em Vale Tudo, que denunciava a inversão de valores no Brasil no final dos anos 1980. Os autores centraram a discussão sobre honestidade e desonestidade no antagonismo entre mãe e filha: a íntegra Raquel Accioli (Regina Duarte) é o oposto da filha Maria de Fátima (Gloria Pires), jovem inescrupulosa e com horror à pobreza que, logo nos primeiros capítulos da novela, vende a única propriedade da família, no Paraná, e foge com o dinheiro para o Rio de Janeiro com o objetivo de se tornar modelo. Raquel vai atrás da filha e conhece o administrador de empresas Ivan Meirelles (Antonio Fagundes), por quem se apaixona. Para ganhar a vida, passa a vender sanduíches na praia, com a ajuda do amigo Audálio (Pedro Paulo Rangel), conhecido como Poliana.

Enquanto a mãe batalha para sobreviver honestamente, Maria de Fátima se alia a César (Carlos Alberto Riccelli), um mau-caráter que a estimula a seduzir o milionário Afonso Roitman (Cássio Gabus Mendes), de olho na fortuna do rapaz. Afonso é namorado da jornalista Solange (Lídia Brondi), que acolheu Maria de Fátima quando esta chegou ao Rio, e filho da poderosa empresária Odete Roitman (Beatriz Segall), diretora da Companhia Aérea TCA. Odete também é mãe de Heleninha (Renata Sorrah), artista plástica frágil e insegura, que sofre com o alcoolismo. A rica executiva manipula a vida dos filhos e trata mal os empregados, além de se achar superior a todos.

Obstinada em se casar com Afonso, Maria de Fátima aceita a proposta indecorosa de Odete, que pede que a jovem separe Raquel de Ivan, prometendo fazer seu filho casar-se com ela. A vilã quer Ivan disponível para se casar com sua filha Heleninha. Maria de Fátima faz mais uma de suas armações e consegue acabar com o relacionamento e a felicidade de sua mãe, que rompe com Ivan, acusando-o de desonestidade. Magoado, Ivan se casa com Heleninha.

No acordo firmado com Odete Roitman, Maria de Fátima teria direito à fortuna de Afonso após dois anos de casamento. O tempo passa, mas, dois meses antes do prazo, Odete descobre o romance da nora com César, com quem ela própria mantinha um caso. Desmascarada, sem o apoio da vilã, Maria de Fátima fica sem nenhum tostão e vai procurar Raquel, agora proprietária de uma rede de restaurantes. Raquel, após muitas decepções, recusa-se a ajudar a filha.


Quem matou Odete Roitman?
Odete é assassinada nos capítulos finais, gerando um grande mistério na história. O Brasil inteiro parou para saber “quem matou Odete Roitman”. O assassino era um personagem que ninguém esperava: Leila (Cassia Kis), mulher do mau-caráter Marco Aurélio (Reginaldo Faria), diretor da TCA. Leila atira em Odete pensando se tratar de Maria de Fátima, que se tornara amante de seu marido.

O personagem Marco Aurélio (Reginaldo Faria) foi um dos destaques de 'Vale Tudo'. Braço direito de Odete Roitman (Beatriz Segall) nos negócios, foi casado com Heleninha (Renata Sorrah), com quem tem um filho, Tiago (Fábio Villa Verde). Marco Aurélio vive um drama pessoal, pois desconfia que o filho seja gay. Mau-caráter, ele desvia dinheiro da empresa para sua própria conta. Ao longo da trama, ele se casa com Leila (Cassia Kis), ex-mulher de Ivan (Antonio Fagundes).

Irmã de Poliana (Pedro Paulo Rangel) e secretária de Marco Aurélio (Reginaldo Faria), Aldeíde Candeias (Lilia Cabral) se casa com um português rico e herda várias quintas. Como sempre quis ser famosa, grava um comercial, no qual não vende nada, apenas diz: “Aldeíde Candeias: ‘Ainda vou incendiar essa cidade’.”

Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) mantinham um romance na novela. Cecília era irmã de Marco Aurélio (Reginaldo Faria), que, sob nenhuma hipótese, aceitava o relacionamento dela com outra mulher. Cecília morre em um acidente de carro e deixa seus bens para Laís, mas Marco Aurélio faz o possível para impedir que a moça receba a herança.

O tema da homossexualidade feminina, protagonizado por Cristina Prochaska e Lala Deheinzelin, sofreu intervenção da Censura Federal: vários diálogos entre Laís e Cecília, suas personagens, tiveram de ser reescritos, depois que foi vetada a cena em que as duas contavam a Heleninha (Renata Sorrah) sobre os preconceitos de que eram vítimas por causa de seu relacionamento.



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